Comecei a vida há estes anos atrás.
Estou neste jogo viciado para eu perder e não sabia.
É que eu sempre o joguei na esperança de alcançar algo.
Ora.
Para quê ter gasto tanta energia.
Vivi de pura esperança.
É a magia da inocência.
Talvez o que me mantém viva, hoje.
Ou a cegueira teimosa, por vezes, ou escolhida, ou não.
Quando não se pode escolher e a revolta toma conta de nós.
Quando damos tudo por perdido.
Quando não há muito mais a fazer que respirar fundo e aceitar.
Quando dar um grito aqui e ali, de vez em quando, para me sentir viva e lutadora.
Quando não sei nada mais.
Mas o corpo teima em respirar e cada inspirar é um acto de resistência e cada acto de expirar, um acto de luta.
Continuo a dizer que estou aqui.
A mostrar que estou aqui.
52 perdidos?





