52 Perdidos

 


Comecei a vida há estes anos atrás.

Estou neste jogo viciado para eu perder e não sabia.

É que eu sempre o joguei na esperança de alcançar algo. 

Ora.

Para quê ter gasto tanta energia.

Vivi de pura esperança.

É a magia da inocência. 

Talvez o que me mantém viva, hoje.

Ou a cegueira teimosa, por vezes, ou escolhida, ou não. 

Quando não se pode escolher e a revolta toma conta de nós.

Quando damos tudo por perdido.

Quando não há muito mais a fazer que respirar fundo e aceitar.

Quando dar um grito aqui e ali, de vez em quando, para me sentir viva e lutadora. 

Quando não sei nada mais.

Mas o corpo teima em respirar e cada inspirar é um acto de resistência e cada acto de expirar, um acto de luta.

Continuo a dizer que estou aqui.

A mostrar que estou aqui.

52 perdidos?

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